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25 de Abril de 2024

México não descarta processar Trump na ONU por muro na fronteira

Publicado por Caio Rivas
há 7 anos

Cidade do México, 30 jan (EFE).- O secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, afirmou nesta segunda-feira que o governo do país não descarta entrar com um requerimento na ONU contra os Estados Unidos se o plano do presidente Donald Trump de construir um muro na fronteira for concretizado.

"Não descartamos nenhuma opção. Temos que tomar medidas que sejam efetivas a partir de fatos quando eles ocorrerem" , afirmou Videgaray em entrevista à "Televisa" ao ser questionado sobre a possibilidade.

"Nesse momento, a única coisa que existe são declarações, não há propriamente um fato concreto para denunciarmos, mas não descartamos nenhuma opção", frisou o chefe da diplomacia mexicana. Na última semana, Andrés Manuel López Obrador, duas vezes candidato à presidência do México e líder da oposição, sugeriu que o presidente do país, Enrique Peña Nieto, entrasse com uma ação na ONU contra os EUA por "violação de direitos humanos" e "discriminação".

O motivo do processo seria a assinatura por parte de Trump da ordem executiva para destinar recursos para a construção do muro na fronteira com o México e a "perseguição dos imigrantes" no país.

O secretário de Relações Exteriores esclareceu também que não há uma nova data para um eventual encontro entre Peña Nieto e Trump. Na última quinta-feira, o presidente mexicano cancelou a visita que realizaria amanhã à Casa Branca.

Videgaray, que acompanhado do secretário de Economia, Ildefonso Guajardo, esteve na capital americana tentando negociar com a equipe de Trump, reconheceu viveu "dois dias de profundas contradições".

"Enquanto recebíamos um tratamento notável, as expressões via Twitter do presidente dos EUA eram inaceitáveis para os mexicanos".

Os interlocutores do presidente americano com os representantes do México também ficaram "claramente surpreendidos" pelas mensagens do chefe. Eles chegaram, inclusive, a "pedir desculpas em nível pessoal", segundo Videgaray.

De acordo com o chanceler, na conversa telefônica entre Peña Nieto e Trump depois do cancelamento da visita, o presidente dos EUA repetiu "muitas das coisas que diz quando fala da relação com nosso país e se queixou especialmente do déficit comercial entre eles".

Os dois firmaram um "acordo de cavaleiros", segundo o ministro, para não voltar a falar publicamente sobre quem vai pagar no muro na fronteira que Trump quer erguer de qualquer forma.

Videgaray disse que o México aposta no diálogo, na negociação e na diplomacia. No entanto, reconheceu que os dois países vivem um momento de muita tensão e que a conversa entre Trump e Peña Nieto foi "muito importante" para começar a solucionar as opiniões divergentes que ainda continuam na agenda bilateral.

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5 Comentários

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Por mais que o assunto possa ser polêmico uma coisa é fato: imigração ilegal é ilegal.

Não se pode esperar ou exigir dos EUA convalidação de ilegalidades. Pode-se exigir outras condutas que digam respeito a agressividade de suas políticas internacionais e econômicas, mas não que qualquer um tenha o dinheiro de adentrar no território americano e por lá ficar.

Mas o que me assusta é saber que o Brasil monitora apenas 4% de suas fronteiras. continuar lendo

Para o Brasil a situação é muito mais complexa.
Nossa fronteira situa-se no meio de um ecossistema valioso e integrado, sendo que a colocação de um muro teria impactos ambientais bem mais graves do que dividir um deserto.

Fora o custo e o deslocamento de recursos humanos para patrulhar uma barreira no meio da floresta.
Esse é um dos argumentos que levanto quando defendo a impraticabilidade da "guerra às drogas".

É uma aposta cara demais para o Brasil bancar.
Legalizar é o caminho mais racional, embora cause calafrios em muitos. continuar lendo

O problema da legalização é que haverá um agravante de saúde pública, além do que não servirá para diminuir o tráfico, pois sempre haverá a potencialização das drogas, o que agravará ainda mais a saúde. Isso sem contar que os usuários não obedecerão restrições de tipos e quantidades.

Nem mesmo a violência diminuirá. É que nem o Uruguai que vendia a farsa de ter registrado zero homicídios ligados ao tráfico de drogas e em 2015, conforme publicado pelo El Pais, bateu recorde de homicídios. Reclassificar um crime não faz ele deixar de existir em sentido amplo, apenas no plano abstrato da codificação. continuar lendo

Fico estarrecido com a importância que os Estados Unidos dá a ONU.
Imagino isso na visão de Trump. continuar lendo